domingo, 22 de junho de 2014

TEMPO PARA SONHAR



Os Olharem Ainda Brilham

Os silêncios do poeta
São arbustos flutuantes
Que tocam o tempo
Sem tanger as horas
E vão embora
Como os instantes
Pra fingir que é verso
O universo
Que transpõe.

Os silêncios do poeta
São abstrações matinais,
Conjuga a paz
E é capaz de viver no mundo
Por um segundo
Sem jamais ter visto a dor.

Asfalto rasgado
Tempo em movimento.

A voz do poeta
É o seu clarim
Clareando o mundo
Emoldurando a vida
E os sonhos futuros.

A maior beleza da vida
Seja ela eterna ou fugaz
É amar
Amar com simplicidade
Na leveza irresistível de cada detalhe
Na pureza encantadora do olhar
No silêncio capaz de nos tocar.

Está além dos gestos
Mas que poucos têm coragem de enxergar
Revelando a razão do tempo
Na cadência (in)constante dos momentos
Partem, chegam sem nos consultar
Feito a poesia,
Nos encanta, inflama e vai

A outros encantar.

Rodrigo Costa Lima

sábado, 7 de junho de 2014

SONHA E CRIA



A alegria das crianças
É tão genuína
São sorrisos despreocupados
Fé com alegria
Alegria com fé
Pureza que nos refaz
Motivos que nos cativam.

Crianças apenas amanhecem
(Eu ainda me lembro)
Contato íntimo com sabores, aromas e ventos
Livres em si
Livres pra si.

Não me ajeito com as “adultices
Entre sorrisos sem vontade
Mentiras,
Desamor, falsidade
Tolices sem utilidade.

Sou o inverso dessa confusão abissal
Amo o que é verdadeiro, simples e natural
Criança por essência
Adulto por aparência.

O que eles chamam de realidade
Também é parte inventada
Só que sem amor, respeito e carinho.

Desconfio dessa tal maturidade
Acompanhada de frieza, egoísmo, maldade
Vejo, mas não entendo
Tantas certezas assim.

Entre as crianças habito
Meu hábito de ser feliz
Sem me preocupar
Encanto, encontro, sonhos e brilho
Renovo-me
Sou criança de alma
E feliz de corpo inteiro.

(Rodrigo Costa Lima)

terça-feira, 3 de junho de 2014

AMAR PARA SONHAR

                                      


     Não consigo definir o que é vida, mas categoricamente afirmo o que não é. Seja o primeiro ou o segundo lugar, entre ser o melhor ou o pior, honestamente, eu prefiro o ser... O ser humano. Tenho sim, profunda aversão ao ego alheio, tão cheio de si e pobre do outro. Pobre de ser... Como diz a música do Lenine, “eu finjo ter paciência”. Coitados daqueles que se perdem entre as amarras incondicionais de status e classificações. Padecem tão depressa quanto a perda de sua condição “superior” a o do outro. Pobre daquele que para se sentir bem, tem o dever de ficar comparando, afirmando superioridade. Além de deselegante é algo inútil e tacanho, em alguns momentos chega a ser mesquinho.

     Nessa ânsia por aparências, quantificações, diferenciações, perdemos, deixamos passar a essência dos momentos, que são imateriais, em futilidades sem sentido. Ganha-se o ego, perde-se o senso. Prefiro o ser simples, capaz de compartilhar os momentos de alegria ao invés de compará-los a tantos outros.  Tenho pena desses competidores inveterados, travam uma luta silenciosa, com todos aqueles que os rodeiam. Lá estão eles “arrotando” vantagens, ostentando, no linguajar atual. Necessitam reafirmar-se. Não conseguem ser... O humano é mais simples do que as colunas sociais, modismos ou propagandas.


A vida necessita de coração.

Rodrigo Costa Lima