domingo, 26 de junho de 2011

PERCEBER, SENTIR , SONHAR



Às vezes nossa capacidade de pensar, inibe nossa sensibilidade e nos impede de amar...

Rodrigo Costa Lima

quinta-feira, 23 de junho de 2011

SONHOS, VINHOS E VERSOS


A MÚSICA E O POEMA


O TEMPO DA DOR DE UM POETA
 
O tempo da dor de um poeta
É passagem secreta
Sem muros, portas, armários
Mas com muitas arestas.

O tempo da dor de um poeta
É caminho sem pressa
De riso fácil e frágil
Inconsolavelmente calmo.

O tempo da dor de um poeta
Vai consigo desde menino
No qual aprende amar mediante desatinos.

O tempo na dor de um poeta
É canção cantarolada em dias de festa
Tudo aquilo que o aflige e finge não torturar.

O tempo da dor de um poeta
É passagem secreta
Em caminhos sem pressa
Vai consigo desde menino
Para amar em dias de festa.

No fim (se é que existe)
Tempo, dor e poeta
São poesia inconclusa
Uma prosa longa e profunda
São a mesma peça
Incula-se flor
Versificando o amor.

Rodrigo Costa Lima

terça-feira, 14 de junho de 2011

SONHOS AO ANOITECER



IRRADIAVA

Uma luz de veludo
Ainda pulsa no labirinto sem fim
Uma luz avermelhada
Em meio à escuridão.
Eu a vejo
Tão longe
Mesmo assim, sinto seu pulsar
Uma luz
Sim, uma luz!
Uma luz cercada no céu de tanta imensidão
Faz frio
Ela imponente, não se cansa de anunciar
Ela, em sua solidão
Ou quem sabe não...
Talvez, seja tão feliz
Por contemplar a imensidão
O frio, um carinho amigo
Com doses de romantismo e melancolia.
Ela anuncia
Rompe as trevas e dignifica a vida.
Não importa as minhas abstrações
Basta apenas aquela cena
Na qual, uma luz avermelhada no céu úmido ardia.

Rodrigo Costa Lima

terça-feira, 7 de junho de 2011

SONHO EM SENTIR



POEMA NA ÍNTEGRA ABAIXO:

VOCÊ VAI

Às vezes quando você se sente isolado e deprimido
Deixado de lado, esquecido
Precisa apenas de um abraço e um sorriso.

Quando você não tem mais a mesma importância
Vem o medo e a distância
Então você vai, querendo ficar
Mesmo sem ter toda convicção e respostas
Você parte sem dar as costas...

Você parte deixando algo para traz
E seu orgulho ferido não é capaz de gritar
É abafado por tanto medo
Você teme se reaproximar...

"Como tudo será?", você se pergunta
E não existem respostas
Somente perguntas
E o silêncio pairando no ar.
No fundo, você teme novamente se magoar
E isso o impede de voltar
Voar.

A vida parece desbotar
E você, desmoronar
Indeciso, confuso
Espera que algo aconteça
Sem ter fé no que virá.

Você está completamente exaurido
Seu semblante distorcido
Coração vacilante e deprimido
Você está novamente
Decididamente,
A procura dos amigos.

E você parte...
Sem nunca ter ido.

Rodrigo Costa Lima

quinta-feira, 2 de junho de 2011

CENTÉSIMA POSTAGEM!


 

Como nasce um poeta? De parto normal ou cesária? (rs) Perguntariam alguns engracinhos para não perder a piada. E convenhamos, seria uma ótima pergunta (kkk). Entretanto, não sei! No meu caso foi a junção entre a loucura do meu pai e a sensibilidade da minha mãe. Agradeço a todos a atenção e carinho! Forte abraço!!!
Rodrigo!

-Nem Sempre Sou Igual no que Digo e Escrevo

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,
Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés —
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIX"
Heterónimo de Fernando Pessoa