O fato é que na vida, não encontraremos respostas para todas as
questões, porém, as perguntas merecem ser feitas. A busca torna a vida plena de
significados. Nem sempre responderemos nossas perguntas. O silêncio tem
muito a ensinar. Muitas vezes o que fica são aprendizados, experiências, a
sabedoria acumulada e a certeza de que a vida segue, até o seu limite natural.
A solidão não é ausência de amor, mas o seu
complemento. A solidão não é ausência de companhia, mas o momento em que nossa
alma tem liberdade de conversar conosco e nos ajudar a decidir sobre nossas
vidas. Portanto, abençoados sejam aqueles que não temem a solidão. Que não se
assustam com a própria companhia, que não ficam desesperados em busca de algo
com que se preocupar, se divertir ou para julgar. Porque quem nunca está só já
não conhece a si mesmo. E quem não conhece a si mesmo passa a temer o vazio. (Paulo
Coelho – O Manuscrito Encontrado em Accrã, p. 37,38).
A ânsia por sermos amados nos
impede de encontrar paz. Deixar de buscar amor é simplesmente encontrar espaço
para vivê-lo. Demasiadas expectativas nos tornam escravos de ilusões,
precipitam palavras e ações. Momentos que ocorrem de modo espontâneo e natural.
Além disso, as expectativas impedem nossa alma de experimentar o inimaginável,
de sermos surpreendidos diariamente em cada gesto de afeto verdadeiro. Sem
devaneios ou angústias, é necessário encarar conscientemente a realidade.
Encontrar-se no presente é conciliar-se
consigo, reconhecendo limites, necessidades, valores, virtudes, imperfeições.
Apostar em si. Encontrar-se no presente é perdoar o passado, aprender com ele e
deixá-lo passar. Sossegue, repare cada coisa a seu redor, permita encontrar sua
paz interior, sinta o vento passar, tocar sua pele, contemple a natureza, toda
sua imensidão e simplicidade. “O que mata um jardim não é o abandono. O que
mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente.”, Mario
Quintana. É poético, é sensível, é abstrato, com toda certeza. No entanto, a
vida necessita desse olhar, sensível e humanizado, afeito a detalhes que
passariam sem significado e valor, mas que desvendam nossos segredos, aumentam
nosso mundo. Desarmar a alma de medos,
expectativas, para assim, poder dividir, contemplar, participar, na simplicidade
de estar, sem a obrigação de ser.
Ser livre em si mesmo, livre de
si mesmo, respirar, chamar a vida para brincar, encará-la de frente, sem medo
de amar, para que esse velho mundo, louco, caduco, permita-nos sonhar, beber o
olhar, sentir o brilho dos segundos, e assim... recomeçar! Intensidade para luzir e amor para realizar.
Rodrigo Costa Lima
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Aos amigos Sonhadores, uma maravilhosa canção de Pedro Abrunhosa, repleta de sensibilidade e afeto.
Aproveito essa postagem para desejar a todos, um FELIZ ANO NOVO, que 2014 seja repleto de conquistas, realizações, afeto e disposição! Com saúde, coragem e fé o mundo passa a ser do tamanho dos nossos sonhos. Um fraterno abraço, deste Sonhador! Paz e bem a todos, que Deus faça morada em nossos corações.