POEMA DE UM AMOR SEM VERÃO
“Uma folha branca sobre a mesa
Onde solitária se encontra uma caneta
Que pelas mãos daquele que já sofreu
Sinuosamente preenche de versos o vazio teu.”
(Mirian Perry)
Tudo tem que ter sentido?
Não ouso explicar as coisas que sinto
Por que insistir no medo?
Se o mais importante é o meu desejo
Pra que falar tanto?
À noite quando tudo silencia
E os sentimentos caem no chão
As estrelas nos parecem vaga-lumes soltos num tapete enluarado
Nesse instante, a vida pede para ser contemplada
Em meio a soluços e silêncios
Que enunciam a paz e a solidão.
E o que dizer?
Faça-se poesia
Nasce humilde por um poeta amador
Nasce de minhas entranhas umedecidas
Nasce em meio a tanta vaidade, furor, sonhos, vontades...
Faz de todo o medo
Caminho para o amor
E nele, a verdade.
Faça-se ó poesia
Toma de mim o que nunca me pertenceu
Compartilho contigo segredos, medos...
Lágrimas, desejos
Nasce em palavras
Enamorada de um sonho meu.
Brilha!
De maneira cintilante - incandescente
Brilha e faz pulsar!
Os corações ardentes daqueles que conseguem te sentir
Seja e nunca te afasta!
Daquilo que pedirem a ti.
Liberdade
Sem vaidade
Arrebata o peito
O amor não fere
E trás felicidade.
Nasce através de gestos e sentimentos taciturnos
Indique os passos
Nunca o futuro...
Seja a guia
Nunca o caminho iminentemente seguro
Seja o porto
Serenando o barco a velejar sem rumo
Sejas por fim POESIA
A acalentar a vida dos mortais
Em meio à escuridão, a tatear no escuro.
Rodrigo Costa Lima