terça-feira, 23 de julho de 2013

SONHO? REALIDADE.



NO PAÍS DO FAZ DE CONTA

No país do faz de conta, pague a conta, não leve em conta, não se incomode ou se importe, afinal não tem jeito mesmo... Direitos? A permanecer calado. Pelo menos querem que pensemos assim. Anda, pague logo essa comanda e morra em paz.

Você fica indignado com o que? Quando a luz vai embora, quando a internet cai, quando sua personagem no BBB é eliminada? Realmente... Você ficou indignado.

Você fica incomodado com o que? Quando alguém questiona as músicas que você ouve, as roupas que veste, quando servem a bebida quente, quando alguém fala sobre política?

Você questiona o que? A ousadia da sua mãe em proibir que você saia de casa para ir a uma festa, a escalação equivocada do seu time, a falta de dinheiro no final do mês?

Você fica comovido com o que?  

Você questiona o que? O atendente do pronto-socorro, as filas para entrar em um show, a falta de educação dos outros? 

Você acorda e “vê”...  Hospitais lotados, corrupção pra todo lado, cadáveres se amontoando na tela da tv e apresentadores sanguinários fazem da carnificina alheia seu “ganha pão”.

Já bastam os meus problemas, os políticos aparecem sempre na época da eleição depois somem, político “é tudo [sic] ladrão”, política, futebol e religião não se discutem. Máximas dos “filósofos” de plantão.

Em terra de cidadão pouco consciente prevalecem os jargões e eterniza-se o refrão:
“A nossa indignação / É uma mosca sem asas / Não ultrapassa as janelas / De nossas casas / Indignação, indigna / Indigna, inação”. (Skank – Indignação)

Não precisa sair por aí batucando em panelas, gritando palavras de ordem, embora seja nosso conformismo a razão de todo mal no qual padecemos. Na verdade, toda consciência implica deixarmos o imobilismo de lado. Toda tomada de consciência implica novos pensamentos e atitudes.


Pensar, refletir, questionar, incomodar, ler, ver, rever, discordar, buscar, raciocinar, interpretar ao invés de assistir, aceitar, decorar, repetir, imitar...  

Conhecimento é um artigo perigoso, e a sensação de liberdade deve ser preservada a todo custo, de preferência em dez vezes sem juros pra caber no bolso. No Brasil o cliente não tem razão, admiti-se inexperiência, o negócio é sujo, o lucro absurdo, sigilo garantido. No exercício da paz cotidiana, da cidadania velada, vivemos às margens plácidas a espera do povo mais que heroico, simplesmente povo, o qual seu brado retumbante se faça ouvir.


Rodrigo Costa Lima

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P.S.: Escrevi esse texto antes das manifestações populares no Brasil, hoje vislumbro o adentrar em um novo período da história nacional. O nosso "País do faz de conta", contará para as futuras gerações a mudança positiva que a população conseguiu iniciar. 


quinta-feira, 4 de julho de 2013

SONHOS ADENTRO




Uma pipa enroscada no telhado é o mesmo que uma criança presa dentro de casa.

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Para contemplar a natureza é necessário humildade e paz. Muitos possuem um vazio acometido de grandeza, impermeável e impenetrável. Que pena...

Rodrigo Costa Lima

P.S.: A imagem que ilustra esses pequeninos poemas foi retirada do Blog Netinho Maia. Vale conferir!