domingo, 12 de dezembro de 2010

SONHAR EM TEMPO



PRESENTE A MEMÓRIA DO PASSADO FUTURO AGORA RECORDADO

O silêncio da tarde
Paira sobre meus ombros
Recordo-me de tanta vida desperdiçada
A espera da graça de ser levada a sério, vivida com empolgação e prazer.

O passado abre suas cortinas
Ao memorável mundo louco do que nunca aconteceu
Concretamente...
Os sonhos foram sonhados.

A escolha que nunca foi feita
A palavra escolhida, mas nunca dita
O beijo que não foi roubado
O gol que não foi comemorado
Afinal, nunca fora marcado
O encontro adiado
Os braços a espera do abraço
O medo,
A solidão,
As razões ao Sonhador, Trovador solitário.

O certo, é que em todos esses anos
A vida não foi
É presente, mas como pode ser passado?
De certo, apenas passou...
Mas o que sinto, ao contrário
É uma presença constante
Porém, como ignorar o calendário?

O tempo quis brincar de ciranda
Colocou-me na roda
Enquanto rompia a redoma frágil da vida
Que imaginei ter criado...
O tempo, talvez ele tenha me levado
Em outras, prematuramente me retirei
Imaginei, mas nunca parti
Talvez eu esteja lá e não aqui.

Quando desisti de brincar
O tempo havia passado
E eu, calmamente
Mantive-me a margem dos meus passos. 

Rodrigo Costa Lima

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

SONHOR COR DE FUTURO



Quebra-Cabeças do Tempo

Meu estilo é da cor do mundo
Meu estilo é dar cor ao mundo
Meu estilo é dar corda ao mundo
Meu estilo é em si um passo fundo
Meu espírito deseja hálito limpo, corpo puro
Mas quanto ao mundo... Insisto em rimá-lo com imundo
O que faço com o mundo? Como mudo?
Se estou mudo, como posso enxergar o futuro?
Ante o seu muro, o Sonhador constrói uma janela
Tão linda e singela
E nela, tal qual uma tela
Abre-se um expectador
Um certo Sonhador
Contemplando o futuro, presente em outras eras.

Rodrigo Costa Lima