Às vezes acho que não faço nada, que minhas lutas são em
vão, já que monetariamente nunca me trouxeram vantagem significativa. Nunca
almejei. Vivendo sobre a égide do sistema capitalista, a felicidade parece
mesmo estar à venda, como as propagandas ensinam. E por não ver minha vida
prosperar no sentido lato da economia, aborreço-me. O sistema ensina que
humanidade não é coisa afeita aos seres humanos, assim vivemos amenizando
impressões e disfarçado certezas, em um mundo nada colorido. O pior é todos
aceitarem isso com naturalidade, ignorando uns aos outros, como se vida fosse descartável.
Mas no fundo o pior mesmo é perceber que aos poucos vou me enquadrando. Mesmo
assim, acredito que ter a noção de como as coisas estão indo, implica em saber
lidar, compreender, questionar, quem sabe elas caminhem em outra direção.
A que se preservar a esperança!
O sobrepor de uma nova fase em nossa existência, admite tais
consternações, pelo "amargorecimento" oriundos da idade e do estudo. Não tenho me
tornado menos humano ou idealista, são qualidades natas, derivadas do poeta. Apenas
sinto passar a euforia da juventude, insistente, impaciente, convicta em si das
forças necessárias para realizar mudanças significativas. Continuo acreditando,
com doses céticas e bem humoradas. Tenho orgulho desses momentos, por mais
ingênuos que me pareçam hoje, foram genuinamente dotados de vida em esplendor, “La
Forza Della Vita” do Renato Russo.
A prosperidade nesse modo de vida corresponde a quantidade
de riqueza acumulada. Nesse sentido, olho friamente parte de meus ideais e
converto-os em formas capitalistas de ascender socialmente. Não há nada de
errado nisso, no entanto, acho curioso perceber a vida desse viés. Reclamar
demais é sinal de fraqueza e ingenuidade, perde-se tempo blasfemando contra
tudo, enquanto poderia estar concentrando energia em algo construtivo. Além do
mais, os problemas não vão desaparecer e a vida não gira a nosso redor. Felicidade
então depende da forma como percebemos a vida, quais são nossas atitudes
perante ela, como nos organizamos e pelo que nos deixamos escravizar.
Dessa forma, espero que 2014 seja um ano maravilhoso para
mim e aos demais. Aliás, mudemos a palavra, “espero” pode desembocar em
comodismo, apatia. Assim sendo, construamos um ano maravilhoso, que em 2014
estejamos reconectados com nossas potencialidades e otimismo, pois nelas habitam
a grandeza do ser humano, trazendo-nos de volta sabedoria e fé.
Forte abraço, paz e bem.
Rodrigo Costa Lima
P.S.: