sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

RECONECTAR DOS SONHOS


     Às vezes acho que não faço nada, que minhas lutas são em vão, já que monetariamente nunca me trouxeram vantagem significativa. Nunca almejei. Vivendo sobre a égide do sistema capitalista, a felicidade parece mesmo estar à venda, como as propagandas ensinam. E por não ver minha vida prosperar no sentido lato da economia, aborreço-me. O sistema ensina que humanidade não é coisa afeita aos seres humanos, assim vivemos amenizando impressões e disfarçado certezas, em um mundo nada colorido. O pior é todos aceitarem isso com naturalidade, ignorando uns aos outros, como se vida fosse descartável. Mas no fundo o pior mesmo é perceber que aos poucos vou me enquadrando. Mesmo assim, acredito que ter a noção de como as coisas estão indo, implica em saber lidar, compreender, questionar, quem sabe elas caminhem em outra direção. A que se preservar a esperança!

     O sobrepor de uma nova fase em nossa existência, admite tais consternações, pelo "amargorecimento" oriundos da idade e do estudo. Não tenho me tornado menos humano ou idealista, são qualidades natas, derivadas do poeta. Apenas sinto passar a euforia da juventude, insistente, impaciente, convicta em si das forças necessárias para realizar mudanças significativas. Continuo acreditando, com doses céticas e bem humoradas. Tenho orgulho desses momentos, por mais ingênuos que me pareçam hoje, foram genuinamente dotados de vida em esplendor, “La Forza Della Vita” do Renato Russo.

     A prosperidade nesse modo de vida corresponde a quantidade de riqueza acumulada. Nesse sentido, olho friamente parte de meus ideais e converto-os em formas capitalistas de ascender socialmente. Não há nada de errado nisso, no entanto, acho curioso perceber a vida desse viés. Reclamar demais é sinal de fraqueza e ingenuidade, perde-se tempo blasfemando contra tudo, enquanto poderia estar concentrando energia em algo construtivo. Além do mais, os problemas não vão desaparecer e a vida não gira a nosso redor. Felicidade então depende da forma como percebemos a vida, quais são nossas atitudes perante ela, como nos organizamos e pelo que nos deixamos escravizar.


     Dessa forma, espero que 2014 seja um ano maravilhoso para mim e aos demais. Aliás, mudemos a palavra, “espero” pode desembocar em comodismo, apatia. Assim sendo, construamos um ano maravilhoso, que em 2014 estejamos reconectados com nossas potencialidades e otimismo, pois nelas habitam a grandeza do ser humano, trazendo-nos de volta sabedoria e fé. 
Forte abraço, paz e bem.

Rodrigo Costa Lima

P.S.: 

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