quinta-feira, 30 de abril de 2009

SONHO DE FECHAR OS OLHOS E AMAR


Epitáfio


Andei pensando aqui com meus botões (que já não são muitos, diga-se de passagem), sobre essa tal de morte. Não que esse pensamento tenha alguma razão de ser, apenas desejaria poder me despedir de todos pouco antes da fatídica hora. Existem tantas pessoas especiais pra mim, pessoas que fazem de fato a vida valer a pena, e até mesmo àquelas que me fazem crer o contrário, também são valiosas, pois ao contestá-las reafirmo cada vez mais meus ideais. Definitivamente são importantes! – “Mas que papo estranho é esse?”, creio que alguns devem estar se perguntando, achando esse escrito um tanto quanto sem lógica. Outros, já devem ter se visto ante o mesmo ensejo e não há nada de macabro nisso, vejo apenas seres humanos reconhecendo suas limitações e o quanto são impotentes quando se deparam com a face gélida da morte. Porém, retomemos o rumo inicial dessas palavras. A cada dia que termina, reflito e percebo que não consigo valorizar o quão valiosos são os familiares, amigos, colegas e as demais pessoas com as quais convivo, isso incomoda... São todos eles tão especiais, eu é que não sei a melhor forma ou momento de expressar o carinho que reservo a cada um. Me divirto bastante, ouço conselhos, advertências, reaprendo a amar, a valorizar as coisas simples, e em função da ajuda que se não pode mensurar, me refaço, crio asas e me ponho a desvendar o mundo. GOSTARIA DE DIZER QUE AMO TODOS VOCÊS, SEM MEIAS PALAVRAS OU MODESTIA, SOU TÃO FELIZ POR TÊ-LOS JUNTO A MIM, MESMO QUE A PRESENÇA FÍSICA SEJA MERO APELO A SAUDADE. PEÇO DESCULPAS POR NÃO SABER DEMONSTRAR MEU AFETO, QUE NÃO SERÁ SENTIDO POR MEIO DESSAS PALAVRAS, ESPERO QUE ELAS SEJAM PORTAS DE ENTRADA AO QUE SE VAI VIVER. Isso não é uma despedida, essas palavras são o resultado daquilo que aprendi com a vontade inicialmente confidenciada. Ah queridos amigos, descobri que nem sempre pode-se ter a sorte da despedida, sorte em poder fazer o certo. Ninguém sabe a hora de partir... Quero com esse texto, não me despedir, espero ter a chance de incomodá-los por muito tempo, tenho por intuito tão somente reafirmar o meu carinho e admiração por todos. E você que leu esse texto e não me conhece, tanto faz, sinta-se amado da mesma maneira, saiba que você é muito especial, nem sempre as pessoas tem a coragem de dizer, pois sempre acham que terão uma oportunidade melhor de dizê-lo... Passe a reparar mais em cada sorriso, cada gesto meio sem jeito, ali estão pequenos fragmentos do inteiro sendo ofertados a cada instante. Obrigado por você existir! Acho ter conseguido execrar o cheiro de morte que rondava esse texto, mas é justamente do medo de perder que me veio a perturbação em dirigi-los essa palavras, deixo-os por fim na companhia de Mario Quintana e seu “Poema da Gare do Astapovo”:

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!

Com certeza sentou-se a um velho banco,

Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo,

Contra uma parede nua...

Sentou-se... e sorriu amargamente

Pensando que

Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Glória,

Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E então a Morte,
Ao vê-lo sozinho àquela hora

Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali à sua espera,

Quando apenas sentara para descansar um pouco!

A Morte chegou na sua antiga locomotiva

(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)

Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu...

Ele fugiu de casa...
 
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos os que realizam os velhos sonhos da infância!

É isso pessoal, fiquem em paz! Até breve, obrigado!
Rodrigo Costa Lima

segunda-feira, 27 de abril de 2009

APENAS SONHAR...



Depois da Amanhã

Já não há razão de ser
Odisséia mental
Existe mesmo importância no que venha a acontecer?
Já aprendi a ler o final...

Das lágrimas tolhidas sobre o papel
Trago na boca o gosto amargo do fel
Da felicidade
Da feliz idade
Trago apenas o nome
Sei que ela se esconde no pranto belicoso que derramo
Sem muita vaidade.

As serpentinas que outrora traziam o carnaval
Hoje são elos e murmúrios de um passado sem fim
Sepultado diariamente
Mas que renasce a cada vez que fecho os olhos
E penso em ti.

Um poeta que não fala de amor
Não é poeta
É escravo do tempo!
Um poeta que não ama
Já não consegue dar valor
A uma gota de chuva, a uma pétala de flor
Perdida a brincar com o vento...
Ele deixou de sentir o que outrora lhe encantou
Pois via alegria e se emocionava
Aonde poucos viam graça
E festejava a vida que se propagava
Em pequenos sinais e gestos de amor.

Cada gole de água que bebo
Serve de acólito a minha existência
Conservando essa pálida aparência
Eu amo!
Pago todos os pecados, arco com todas as conseqüências
Vivo!
Esperando poder completar a frase
Retirando as incômodas reticências...

Rodrigo Costa Lima

sexta-feira, 10 de abril de 2009

SONHOS MÚLTIPLOS


Nós Dois


Com um olhar verdadeiro vemos o que se passa ao nosso redor
Sentimentos puros
Simples e sinceros...

Feche os olhos querida
Não pense em nada
Dê-me sua mão por um instante
Façamos dessa jornada
Ponto de encontro ao que se vai descobrir.

Deixe com que flua a emoção amado meu
Sinta o vento
Maestro supremo dos apaixonados
A reger as folhas numa sinfonia sem fim
Como quem varre todo o mal para longe de nós.

Seremos felizes!
E o amor que rodeia os apaixonados
Está em pequenas gotas de chuva sobre pétalas de lindas roseiras
E vou além,
Pois o encontro num sorriso alegre
No olhar verdadeiro
Numa brisa leve
Em um abraço aconchegante
Está em querer-te não apenas hoje
Mas em tudo aquilo que faço
A cada segundo, a cada instante.

Rodrigo Costa e Érika Cristina Nascimento