segunda-feira, 27 de abril de 2009

APENAS SONHAR...



Depois da Amanhã

Já não há razão de ser
Odisséia mental
Existe mesmo importância no que venha a acontecer?
Já aprendi a ler o final...

Das lágrimas tolhidas sobre o papel
Trago na boca o gosto amargo do fel
Da felicidade
Da feliz idade
Trago apenas o nome
Sei que ela se esconde no pranto belicoso que derramo
Sem muita vaidade.

As serpentinas que outrora traziam o carnaval
Hoje são elos e murmúrios de um passado sem fim
Sepultado diariamente
Mas que renasce a cada vez que fecho os olhos
E penso em ti.

Um poeta que não fala de amor
Não é poeta
É escravo do tempo!
Um poeta que não ama
Já não consegue dar valor
A uma gota de chuva, a uma pétala de flor
Perdida a brincar com o vento...
Ele deixou de sentir o que outrora lhe encantou
Pois via alegria e se emocionava
Aonde poucos viam graça
E festejava a vida que se propagava
Em pequenos sinais e gestos de amor.

Cada gole de água que bebo
Serve de acólito a minha existência
Conservando essa pálida aparência
Eu amo!
Pago todos os pecados, arco com todas as conseqüências
Vivo!
Esperando poder completar a frase
Retirando as incômodas reticências...

Rodrigo Costa Lima

Nenhum comentário: