quarta-feira, 19 de agosto de 2009

SONHO DE SONHADOR


Sobre a prancheta, de cor marrom, tom amarelecido pelo tempo, vejo brotarem palavras, apenas dou contorno ao termo, que se vê preenchido de emoção. Em meio a esse emaranhado de palavras, os sentimentos vão tomando forma enquanto a vida se esvai, de súbito somos felizes, alegria essa sem razão de ser ou existir. Disse certa vez o poeta, “a poesia não se entrega a quem a define”, logo, vivamos com intensidade o presente, sem tantos porquês, evitemos taxações e rótulos, que só nos afastam do real sentido das coisas. Desfrutemos com a energia que ainda nos resta as manhãs, ah sim, as manhãs tem o aroma do nascer, do constante recomeçar e buscar. As manhãs são únicas, unicamente perfeitas, todavia somos nós que não as percebemos assim, sintamos a vida pulsar, desvendemos com vitalidade o mundo que nos cerca, ousemos sorrir e sonhar. Desculpe-me a redundância, mas quero a vida mais vivida e por isso mesmo arisca, é o que nos fala essa tal de sabedoria popular, essa que rejeitamos em nome de um academicismo fajuto e superficial , diz-nos que “quem não arrisca não petisca”, pois que venham as dificuldades, de peito aberto e com a serenidade que nos cabe as enfrentaremos.

Aqueles que acham que estou enganado, que isso não passa de sonhos, devaneios, abstrações inerentes a falta de maturidade, reafirmo minha lucidez e tomo a liberdade de questionar onde está sua felicidade e ainda, o que te faz viver? Não tenha dúvida de que essas respostas serão indicativos claros de até onde conseguiremos seguir e aonde vamos chegar. Indubitavelmente caminhamos passos largos rumo à formatura, onde ostentaremos o título de formados, todavia, história sem sensibilidade é como tivéssemos nas mãos uma ferramenta obsoleta e cega. Eis o que tantos buscam e outros negligenciam, a função social da história, a história em si não tem o poder de alterar nada, são as pessoas que condicionam a ela valor e sentido. Em momento algum a história deve ser o fim, ou seja, o ponto aonde se chega, ela deve nos encaminhar a ações maiores, mesmo que na simplicidade rotineira de uma sala de aula, eis história e sensibilidade trabalhando juntas concebendo concomitantemente a função social da história.

Isso não é um texto de um militante, é antes de tudo um reafirmar de idéias e convicções, de um alguém que acredita na capacidade das pessoas, e nelas o dom de fazer o bem, unindo-se em torno de causas maiores, ao invés de simplesmente lutarem em benefício próprio, modificando sensivelmente a vida, mesmo que dificilmente consigamos entender a amplitude de seu significado e sentido.

Rodrigo Costa Lima

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