quarta-feira, 3 de setembro de 2008

SONHO QUE NÃO TEM FIM



Por que?

Enquanto corremos atrás de coisas vãs, nos perdemos de nós mesmos, e já não podemos recuperar o que deixamos de viver, muito menos apagar nossas faltas e culpas. Vivemos a um passo da morte, vivemos diante dela todo tempo, mas não nos damos conta, pois acreditamos ter todo o tempo, para fazer o que deveríamos ter feito. A morte nos rouba o bem mais valioso que possuíamos, as pessoas! Não as sabemos valorizar, como isso é triste! Como seria se soubéssemos o dia de nosso eterno adeus? Creio que seria algo frio demais, sem emoções, já que, viveríamos nos despedindo. Andamos em meio à corda bamba, nossos atos ao final, pesarão bem mais do que podemos compreender. E o que faremos perplexos, diante a irremediável situação? Como reagiremos? Nessas tão temíveis horas, nos damos conta do que poderíamos ter feito. Nos damos conta, de que não levamos nada, e a única coisa que de fato resta, é a lembrança daquilo que um dia fomos. Somos ao final, apenas sentimentos... Diante do último e derradeiro adeus, não nos vale questionar, cabe-nos sim, as desesperadas lágrimas que derramaremos, em nome daquele ser que jamais tornaremos a ver, enquanto habitarmos esse mundo. Se haverá outro mundo? Não nos cabe prever ou duvidar, apesar de serem essas, perguntas latentes. Melhor é viveremos a esperança consoladora da existência de um Deus, que nos carrega em seus braços de pai. Braços esses, que são materializados através de amigos e familiares, deuses imperfeitos, que comungam do mesmo medo da morte, mas que para nossa sorte, existem e nos querem bem, apesar de nossas diferenças. E ao voltar para casa, observaremos aquele vazio, sentindo a ausência ensurdecedora, combinada a falta de palavras, isso nos vai cortar o coração e lágrimas mais uma vez ão de cair. O frio das paredes e dos móveis, o silêncio das roupas que jamais serão usadas novamente, o brilho de uma festa que se apagou, em meio a tudo isso a vida vai se reconstruindo, vivemos vasculhando nos escombros o que ainda sobrou. Forças não se sabe da onde buscamos, mas ainda nos resta a batalha do dia-a-dia. Os amigos e as visitas, farão com que a dor seja fardo suportável e o amor, fará de nós super-heróis frágeis, mas capazes de lutar e vencer, mesmo cobertos de dor. E assim viveremos. Aprendendo a lidar com aquela ausência até que por um descuido qualquer, caiamos da corda bamba e a vida termine, recomeçando logo em seguida, o eterno ritual do não saber dizer adeus.

Rodrigo Costa Lima


(P.S.: Em memória da mãe de uma grande amiga! Que Deus te ilumine e seja sua luz, CONTE SEMPRE CONOSCO VANESSA!)

2 comentários:

O poeta dos montes disse...

Paz e bem .

A morte é ilusão, não existe fim nem começos, apenas existimos.

Anônimo disse...

Belas palavras, e mais bela ainda a dedicatória...que nos lembremos sempre das pessoas que amamos e dos momentos felizes que passamos ao lado delas para que não haja lágrimas, e sim sorrisos ao recordarmos, pois pensar em pessoas queridas só deve nos fazer bem...
Déia Rodrigues
05/09/08