quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

SOM NHAR



Fale-me da balada
Fale-me da euforia
Fale-me até de amor
Mas por favor
Não meça seu erotismo exacerbado
Com meu canto
Meu fado sentimental
Mostre-me sua cantoria
E dar-te-ei a fantasia
Sonhos, entardecer, luas
Lutas, ideais
Mostre-me as tuas pobres rimas
As quais nem se quer raciocinas
E dar-te-ei emoção, inspiração
De compor sem ser vulgar
Ser erótico sem perder a paixão
Mostre-me seus refrões manjados
Sem nenhum pudor
E dar-te-ei respeito, sensibilidade
Fale-me de um tempo que não volta mais
Diga-me estar na contramão
A arte realmente é livre
E ela incide em quem a contempla
Entretanto, causa-me tristeza tamanha contradição
Entre o que é cantado e o que pretendido
Podem ser apenas versos em tantos ritmos
Aparentemente inofensivos
Mas que iluminam vários mundos
Com seus jingles vazios.


Rodrigo Costa Lima

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