domingo, 29 de março de 2009

SONHO ATEMPORAL


Sentido o Tempo

Devia ser o que não sou
Havia festa, não havia cor
Sobravam sonhos, faltava amor
Haviam olhares, sobrava pudor.

Haviam flores que o tempo esmagou
Haviam lembranças, mas nada restou
Haviam marcas que a vida apagou.

Havia o não haver
E o pulsar transmutava o sentir
Haviam sorrisos
Haviam gritos
Haviam silêncios
Haviam gemidos.

Eis que o tempo não retrocedeu
O que era forte e imponente envelheceu
Por entre as dores, flores, gemidos e gritos estou eu
Enganado o destino
Sofrendo e me perdoando
Por aquilo que nunca ocorreu.

Rodrigo Costa Lima

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